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Transtorno do jogo: como identificar e buscar ajuda

Homem com expressão de frustração e angústia, vestindo moletom laranja, segura a cabeça com as mãos enquanto olha para um notebook. À sua frente, sobre uma mesa verde, há várias pilhas de fichas de pôquer e cartas, sugerindo um cenário de jogos de azar online.

Apostar pode parecer uma forma inofensiva de diversão. Mas para milhões de pessoas, o que começa como passatempo acaba evoluindo para um comportamento compulsivo, persistente e prejudicial . Esse fenômeno é conhecido como transtornos do jogo, uma doença conhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e cada vez mais comum na era das apostas online..

O que é transtorno do jogo?

O transtorno do jogo, também conhecido como ludopatia ou jogo patológico, é uma condição psiquiátrica em que o indivíduo perde o controle sobre sua prática de jogos de azar, mesmo diante de prejuízos sociais, financeiros e emocionais.

Trata-se de um comportamento persistente e recorrente, no qual uma pessoa não consegue parar de apostar. O transtorno do jogo está listado na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da OMS e também no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), utilizado por profissionais de saúde mental.

Recreação ou vício? Entenda a diferença!

É importante saber diferenciar o jogador recreativo do jogador patológico. No primeiro caso, a pessoa joga por entretenimento, com limites bem definidos de tempo e dinheiro e sem comprometer outras áreas da vida.

“O jogador patológico sente urgência ou impulso incontrolável para apostar; tem a tendência de aumentar os valores das apostas na tentativa de recuperação de perdas; costuma mentir para familiares ou amigos sobre o quanto joga; passa a comprometer relacionamentos, trabalho ou estudos por conta do jogo e continua apostando mesmo após consequências graves”.

Isadora Saldanha, psicóloga

Esse padrão é semelhante ao observado em outras formas de dependência, como o alcoolismo ou o uso de drogas ilícitas, por exemplo. 

Quem está mais vulnerável?

De acordo com a psicóloga, qualquer pessoa pode desenvolver o transtorno do jogo, porém há fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade:

  • Histórico familiar de vício em jogos ou outras dependências.
  • Presença de transtornos mentais, como TDAH, ansiedade, depressão ou transtorno bipolar. 
  • Ambiente social permissivo, com acesso fácil a sites de apostas ou normalização de comportamento compulsivo.
  • Começar a apostar na adolescência ou juventude, período em que o cérebro ainda está em desenvolvimento.

É importante lembrar que o fácil acesso à internet e aos aplicativos de apostas aumentaram drasticamente a exposição, criando um ambiente de gratificação imediata e risco constante, disponível 24 horas por dia.

O que acontece no cérebro de quem sofre com esse transtorno?

O transtorno do jogo está diretamente relacionado ao sistema de recompensa cerebral, que envolve a liberação de dopamina — um neurotransmissor ligado ao prazer, à motivação e ao aprendizado.

“Toda vez que o jogador aposta e ganha, mesmo que pequenas quantidades, o cérebro libera dopamina, gerando uma sensação intensa de prazer. Com o tempo, o cérebro passa a associar o jogo à recompensa, e o jogador busca repetir essa experiência constantemente, mesmo quando os prejuízos se acumulam”. 

Isadora Saldanha, psicóloga 

Consequências do transtorno do jogo 

O impacto para quem sofre com o transtorno do jogo é profundo, sendo que os prejuízo comuns são: endividamento grave e perda de bens, problemas conjugais e familiares; desempenho comprometido no trabalho ou na escola; isolamento social, ansiedade e depressão e, até mesmo, pensamentos suicidas em casos mais graves.

Além disso, segundo Isadora, é comum que o jogador tente esconder a gravidade do problema, adiando o pedido de ajuda até que a situação esteja fora de controle.

Como prevenir e tratar o transtorno do jogo?

A boa notícia é que o transtorno do jogo possui tratamento e boas chances de recuperação por meio da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), os grupos de apoio como os Jogadores Anônimos e, em alguns casos, o de medicamentos receitados por um médico psiquiatra, principalmente quando há outros transtornos associados.

Já para prevenir o desenvolvimento do transtorno, devemos pensar em educação sobre os riscos do jogo, limites claros de tempo e dinheiro e uma cultura que não normalize o comportamento compulsivo como algo inofensivo. É aí que entram as práticas do jogo responsável! 

Jogo responsável como ferramenta de prevenção

Um dos pilares para mitigar o transtorno do jogo é fortalecer o conceito de jogo responsável. Isso significa promover uma cultura de conscientização e de práticas saudáveis, tanto por parte dos apostadores quanto das plataformas que oferecem esse serviço.

E quando falamos em conscientização, sabemos que ela está intimamente ligada à informação. E é aí que entra o trabalho de instituições que assumem a missão de educar e acolher quem precisa, como o Instituto Bet Responsável, uma iniciativa pioneira no Brasil dedicada a essa prevenção e apoio no enfrentamento dos problemas causados ​​pelo uso descontrolado das apostas online.

Aqui, não temos o objetivo de atender apenas os jogadores compulsivos, mas também suas famílias e amigos, que geralmente são afetados pelo problema. Os profissionais da saúde mental também são peça fundamental para o sucesso da nossa missão, pois são eles que vão proporcionar um atendimento personalizado e especializado para quem precisa. 

Então, se você ou alguém próximo apresenta sinais de transtorno do jogo, saiba que não é fraqueza e você não precisa sentir-se envergonhado. É uma condição que exige atenção e apoio. E nós estamos aqui para isso. Acesse nossa página e fale conosco ↓