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Brasileiro gasta R$ 30 bilhões por mês em apostas online

Homem jovem, usando fones de ouvido no pescoço e suéter roxo, trabalha concentrado à noite diante de um laptop. Ele segura uma caneta e um caderno, com documentos espalhados sobre a mesa e uma xícara de café ao lado.

As apostas online deixaram de ser uma tendência passageira para se tornarem uma realidade consolidada, e muito preocupante, no Brasil. Com a regulamentação do setor em 2025, os dados começaram a ser mapeados com mais precisão. E os números assustam: os brasileiros já estão movimentando entre R$ 20 e R$ 30 bilhões por mês em apostas online, de acordo com estimativas do Banco Central (BC).

Esse volume não representa apenas crescimento do setor, mas levanta alertas sobre os impactos econômicos, sociais e comportamentais da dependência em jogos de azar.

Banco Central alerta para os perigos das apostas online

Diante dessa explosão do mercado de apostas online, o Banco Central se manifestou publicamente, chamando a atenção para o impacto que esse tipo de consumo tem na vida das famílias. Segundo o BC, uma parte significativa da renda mensal dos brasileiros está sendo desviada para o universo das bets, o que compromete o consumo básico, o pagamento de dívidas e até o planejamento financeiro de longo prazo.

Além disso, o histórico de apostas já está sendo considerado por instituições financeiras na análise de crédito, ou seja, quanto mais o indivíduo aposta, maior pode ser risco de inadimplência aos olhos dos bancos, o que significa juros mais altos ou até negativa de crédito.

Para o Banco Central, a situação exige não apenas regulação e fiscalização do setor, como está acontecendo, mas educação financeira, controle social e políticas públicas para prevenir os efeitos colaterais dessa nova onda digital de consumo.

Banco de dados com cadastro de excluídos

Em resposta às preocupações crescentes com o vício em jogos de azar e o uso indevido de recursos, o governo federal está desenvolvendo um banco de dados nacional com o cadastro de pessoas proibidas de apostar. Essa medida faz parte do esforço de regulação e proteção à população mais vulnerável. 

Essa lista deve incluir:

  • Menores de 18 anos;
  • jogadores de futebol, árbitros, técnicos e membros da comissão técnica;
  • integrantes de órgãos de controle e fiscalização;
  • pessoas impedidas judicialmente de participar de jogos de azar.

O objetivo é garantir que quem não deve apostar, seja por conflito de interesse, risco de manipulação ou fragilidade emocional, tenha seu acesso bloqueado pelas plataformas regulamentadas. A medida está prevista para entrar em vigor no segundo semestre de 2025 e representa um avanço importante no combate ao uso irresponsável das apostas online.

Epidemia já atinge milhares de famílias

O crescente número de jogadores, endividados e dependentes em apostas online no Brasil, fizeram com o que o tema fosse tratado como uma verdadeira ‘epidemia social’, e a metáfora não é exagerada. Assim como uma epidemia se espalha com rapidez e afeta diversos grupos ao mesmo tempo, o vício em apostas também tem se alastrado, tanto que seus ‘sintomas’ são visíveis no orçamento doméstico e na saúde mental das famílias.

Casos de endividamento severo, perda de bens, transtornos mentais, conflitos familiares e até abandono de responsabilidades profissionais vêm sendo associados ao vício em jogos de azar. E o problema não se restringe a um grupo específico. Entre os mais atingidos estão as famílias de baixa renda, os jovens adultos — principalmente homens entre 18 e 30 anos — e beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, que direcionam parte da renda para os jogos online.

Jogo responsável é a única saída!

Com a velocidade de propagação das apostas online e o alcance que essas plataformas têm por meio das redes sociais, influenciadores e publicidade em massa, a única maneira de frear os impactos negativos é promover o jogo responsável como cultura e como prática.

Além disso, é essencial que a fiscalização do setor exija transparência e responsabilidade das empresas, incluindo avisos claros sobre os riscos, proibição de publicidade enganosa e a obrigatoriedade de canais de suporte aos jogadores. 

É importante lembrar que as apostas podem entreter, movimentar a economia e até gerar oportunidades. Mas também podem destruir trajetórias, corroer orçamentos e causar danos irreversíveis quando não são feitas com consciência. E é por isso que o Instituto Bet Responsável nasceu, para promover a informação, o cuidado e o equilíbrio para todos que escolhem apostar, além de contar com profissionais especializados para tratar a dependência de forma acolhedora. 

Saiba mais sobre a ludopatia e busque ajuda, se precisar!