O ambiente digital transformou o jogo de aposta em algo onipresente, imediato e altamente viciante. Segundo estudo publicado no Asian Journal of Gambling Issues and Public Health, a facilidade de acesso 24/7, combinada à gamificação e ao anonimato, aumenta significativamente o risco de vício em jogadores online
No Brasil, especialistas também alertam para uma “epidemia silenciosa” de apostas digitais, com impactos crescentes em saúde mental e endividamento
Neste artigo, vamos explorar como a tecnologia potencializa esse comportamento e quais riscos ela traz para a sociedade.
Disponibilidade contínua: o jogo à mão 24 horas
A internet e os smartphones eliminaram todas as barreiras geográficas ou temporais. Apostar virou atividade instantânea: está disponível em casa, no trabalho ou na madrugada. Essa facilidade intensifica a compulsão, especialmente nos momentos de vulnerabilidade emocional — quando a pessoa tem acesso ilimitado aos aplicativos.
Gamificação: diversão que engaja (e vicia)
Muitos aplicativos de apostas incorporam técnicas de gamificação, como dashboards interativos, recompensas incrementais, indicadores visuais e sons envolventes. Esses recursos são calibrados para gerar dopamina e manter o usuário engajado.
O resultado é uma experiência que mascara o risco e cria a ilusão de controle, estimulando comportamentos compulsivos.
Microtransações: apostas em cada clique
Outro recurso que intensifica o vício são as microtransações. Pequenas apostas em tempo real — muitas vezes de valores simbólicos — criam a sensação de que a perda é mínima. Porém, no acúmulo, os gastos se tornam significativos, levando a endividamento e maior vulnerabilidade financeira.
Hiperconectividade: publicidade e notificações como gatilhos constantes
A tecnologia também transforma o usuário em alvo constante. Publicidade segmentada, alertas push e notificações criam estímulos que ativam o comportamento de aposta mesmo sem intenção inicial. Essa hiperconectividade alimenta o ciclo da compulsão, tornando difícil romper com o hábito.
Consequências sociais: um problema coletivo invisível
Essas características tecnológicas — disponibilidade, gamificação, microtransações e hiperconectividade — fazem com que o vício em apostas digitais avance mais rápido do que em modalidades offline. O reflexo é o crescimento de problemas psicológicos, aumento de dívidas familiares e pressão sobre o sistema de saúde.
O que pode ser feito
Para enfrentar esse cenário, é fundamental dar visibilidade ao problema. A sociedade e a imprensa têm um papel importante ao tratar o tema com seriedade, mostrando os mecanismos tecnológicos que estimulam o vício, e não apenas as consequências mais visíveis. As empresas, por sua vez, precisam assumir responsabilidade na adoção de políticas de jogo responsável e na integração de ações preventivas ao seu compromisso ESG. É nesse ponto que o Instituto Bet Responsável atua como aliado estratégico, oferecendo palestras, manuais personalizados e treinamentos que ajudam organizações a compreender os riscos das apostas digitais e a estruturar medidas concretas de prevenção e acolhimento.