Diante do crescimento alarmante do vício em apostas, é cada vez mais comum que empresas se deparem com situações delicadas envolvendo colaboradores em sofrimento. Faltas frequentes, queda de produtividade, pedidos constantes de adiantamento salarial, uso de equipamentos corporativos para apostar e mudanças de comportamento podem ser sinais de que algo está errado.
Pesquisas recentes com gestores mostram que mais da metade já identificou apostas durante o horário de trabalho, e muitos relatam impactos diretos na saúde mental, no desempenho e no clima organizacional. Em alguns casos, as consequências chegam a demissões e endividamento severo.
Diante desse cenário, como o RH pode agir com responsabilidade, empatia e eficácia quando um colaborador está viciado em apostas? É o que veremos a seguir!
Uma abordagem ética e não punitiva!
O primeiro passo é compreender que a ludopatia é um transtorno psicológico reconhecido, e não uma escolha consciente ou uma falha de caráter. Por isso, a empresa deve evitar julgamentos e abordagens punitivas. O ideal é adotar uma postura acolhedora, criando um espaço seguro para que o colaborador se sinta confortável para compartilhar sua situação.
A atuação do RH, em parceria com as lideranças, deve ser pautada por empatia, confidencialidade e foco no cuidado. Uma conversa reservada, com escuta ativa e linguagem não acusatória, pode ser o ponto de partida para o início de um processo de recuperação. Capacitar gestores para identificar sinais de alerta, como isolamento, oscilação emocional, desatenção ou dificuldades financeiras, também é essencial para uma abordagem assertiva e humanizada.
Apoio psicológico e encaminhamento terapêutico
Caso o colaborador manifeste abertura, é importante que a empresa tenha recursos estruturados para oferecer suporte. O acesso a psicólogos internos ou via convênios, a indicação de grupos como Jogadores Anônimos e o encaminhamento a clínicas especializadas devem fazer parte da rede de apoio. Quando possível, flexibilizar horários para que o colaborador possa se dedicar ao tratamento reforça o compromisso institucional com a saúde mental.
Além disso, ações como educação financeira e orientação sobre mecanismos de autoexclusão em sites de apostas podem complementar o plano de acolhimento, mostrando que a empresa está comprometida com o bem-estar integral do profissional, sem estigmas ou punições disfarçadas.
Ajustes de função e plano de acompanhamento
Dependendo da gravidade do caso de dependência, ajustes temporários na rotina ou nas funções exercidas pelo colaborador podem ser necessários. Redução de carga horária, afastamento de tarefas que envolvam recursos financeiros ou a realocação para áreas com menor pressão podem contribuir para que o processo de recuperação ocorra com mais estabilidade. Tudo isso deve ser feito com cuidado e respeito, evitando a exposição e o risco de marginalização interna.
É importante que o RH elabore um plano de acompanhamento individualizado, com metas realistas, apoio contínuo e canais de escuta permanentes. O colaborador deve sentir que está sendo amparado, não vigiado, já que a confiança é um elemento essencial para que ele possa reconstruir sua autonomia emocional e profissional.
Construção de uma política interna preventiva
Mais do que reagir a casos concretos, o RH também deve atuar de forma preventiva. Incluir o tema da ludopatia nas ações de saúde mental, promover campanhas de conscientização, oferecer conteúdo sobre uso consciente da tecnologia e criar protocolos de acolhimento são estratégias eficazes.
Além disso, é necessário estabelecer diretrizes claras sobre o uso de recursos corporativos e treinar lideranças para lidar com situações sensíveis fortalecendo a cultura de apoio e respeito dentro da organização.
Outro ponto importante é que a empresa disponibilize canais de escuta anônimos e confiáveis, onde os colaboradores possam buscar ajuda sem medo de retaliação. A prevenção é sempre o melhor caminho, principalmente quando se trata de transtornos que envolvem compulsão, culpa e silêncio.
Sendo assim, a verdade é que quando um colaborador está viciado em apostas, a responsabilidade do RH vai além do cumprimento de normas ou da manutenção da produtividade. Trata-se de uma atuação ética, humana e estratégica, que visa preservar a saúde da equipe, a confiança nas relações e o equilíbrio da organização. Com empatia, apoio psicológico, ajustes adequados e políticas bem definidas, é possível transformar uma situação crítica em uma oportunidade de cuidado, aprendizado e reconstrução. Conte com o Instituto Bet Responsável nessa jornada!