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Jogadores compulsivos cometem crimes e até suicídio

A dependência em jogos, também conhecida como ludopatia, é um transtorno mental grave que pode levar a consequências devastadoras. Para muitos jogadores compulsivos, o desespero tem causado perdas financeiras, ruptura de relacionamentos e impacto emocional grave, chegando a comportamentos extremos. 

Infelizmente, casos de crimes como roubo e fraude, motivados pela necessidade de sustentar o vício, são cada vez mais comuns. Além disso, uma pressão psicológica intensa pode levar a pensamentos suicidas e, em alguns casos, à perda de vidas.

Neste post você vai entender, por meio de depoimentos reais, como o vício em jogos pode desencadear comportamentos criminosos e afetar a saúde mental dos indivíduos, reforçando a necessidade de conscientização, apoio e intervenções eficazes para prevenir esses trágicos desfechos.

Quantos jogadores compulsivos existem no Brasil?

Tornando-se cada vez mais popular, os jogos chegam com facilidade à maioria das casas brasileiras, independente de classe econômica. Tanto que um levantamento feito pela reportagem no site Similarweb entre junho e setembro indica que em mais da metade das casas de apostas online mais acessadas do mundo, o maior tráfego de usuários vem do Brasil, responsável por 38% desses acessos. 

Por essa razão, o número de jogadores compulsivos também cresce cada vez mais. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) estima que cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil são dependentes de jogos on-line, seja os esportivos ou de cassino.

Com isso, especialistas apontam que o país já vive uma epidemia de vício em apostas, sendo isso um problema de saúde pública. Em resposta a esse expressivo crescimento do consumo das bets, o Ministério da Saúde anunciou, em outubro de 2024, o aumento das ações de assistência para esses indivíduos, que têm sua doença classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ludopatia. 

Esse mal, além de trazer prejuízos financeiros, afeta os relacionamentos interpessoais e pode chegar a casos extremos, como crimes e suicídios. Conheça alguns casos reais a seguir. 

40 dias dias na UTI depois de quase ser assassinada por um dependente 

Em entrevista ao Uol, Fátima (nome fictício), conta que passou 40 dias internada depois de quase perder a vida em uma tentativa de assassinato cometida pelo ex-marido da sobrinha. 

Segundo ela, o criminoso a procurou oferecendo ajuda para sacar dinheiro, mas ao invés disso pegou o celular dela, entrou num aplicativo de banco, fez um empréstimo no valor de R$ 7.535 e transferiu o dinheiro para a própria conta. Além do roubo, após o crime ele tentou sufocá-la usando um saco plástico; como não conseguiu, ela o denunciou e ele foi condenado a 15 anos de prisão por tentativa de latrocínio. 

A ex-mulher do criminoso, sobrinha de Fátima, disse que ele estava “completamente endividado em razão de ser viciado em jogos on-line de apostas”.

Roubar o sogro fez ele tentar tirar dinheiro da própria família 

O jogador compulsivo Dayverd, de 21 anos, também ouvido pelo Uol, inventou o próprio sequestro e afirma ter agido por impulso e desespero. O intuito era extorquir a própria família para conseguir devolver R$ 40 mil à empresa do sogro, onde trabalhava, e roubou o valor do caixa, gastando tudo em apostas on-line. 

Ele confessou o crime e como punição, depois de fazer um acordo com o Ministério Público, teve de pagar R$ 3.000,00 a uma instituição de caridade. 

Aos 28 anos de idade, ele tirou a própria vida depois de fazer 13 apostas sequenciais e perder todas 

A família de Vinícius também contou em entrevista ao Uol que ele abandonou os dois empregos onde trabalhava para se dedicar exclusivamente às apostas, mas se tornou um jogador compulsivo. 

De acordo com a viúva, ele chegou a desabafar com a família, que tentou ajudá-lo, buscando ajuda profissional. Tanto que ele parecia ter se curado, mas no dia 19 de dezembro de 2022 Vinicius chegou à casa dos pais, usou o computador, fez 13 apostas sequenciais, perdeu todas e, logo depois, foi encontrado morto. 

Hoje, a família compreende que ele estava em surto, assim como muitos brasileiros que se tornaram jogadores compulsivos e já chegaram a limites extremos, cometendo crimes e, até mesmo, suicídio. 

Casos sentinelas 

Ainda em entrevista ao Uol, o professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Laranjeira, diz que o Brasil vive a fase dos casos sentinelas. “Estamos na fase dos chamados ‘casos sentinelas’, prenúncio de uma avalanche. Leva tempo para aferir, mas os crimes e suicídios decorrentes dessa epidemia vão crescer muito”.

O que avalia uma profissional de saúde mental?

“O vício em jogos e apostas é equiparado ao vício em substâncias psicoativas, pois afeta a mesma área cerebral e provoca as mesmas mudanças de comportamento, ambiente familiar e em alguns casos se agrava e coloca em perigo a própria vida e a vida do outro. Por isso, é tão importante obter ajuda quando observar que as coisas não estão indo bem, para que elas não tomem uma proporção maior.” 

Isadora Saldanha, psicóloga 

Busque ajuda!

Sabemos que dar o primeiro passo pode ser difícil, mas se reconhecer como um jogador compulsivo e a necessidade de ajuda já é um grande avanço. Conte com o Instituto Bet Responsável para isso!

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