Com o avanço da regulamentação no Brasil e o crescimento acelerado do setor de apostas online, cresce também a responsabilidade das operadoras em relação ao bem-estar dos seus usuários. Em vez de serem vistas apenas como vilãs no debate sobre vício em jogos, as casas de apostas podem assumir um papel ativo na prevenção de danos.
O caminho está no conceito de jogo responsável: um conjunto de práticas que protegem o jogador e promovem uma relação saudável com o ato de apostar.
O que é jogo responsável?
O jogo responsável é um conjunto de princípios adotados por operadoras de apostas para garantir que a atividade seja segura, ética e transparente.
- Informar claramente os riscos associados às apostas.
- Evitar práticas abusivas de marketing.
- Permitir que os usuários controlem seu tempo e seus gastos.
- Oferecer suporte a quem demonstra sinais de vício.
- Bloquear o acesso de menores de idade
Segundo a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, as operadoras legalizadas devem disponibilizar recursos como autoexclusão voluntária, limites de tempo, valor e perda, mensagens de alerta e monitoramento de comportamento de risco. Essas medidas não são opcionais, ou seja, fazem parte das obrigações mínimas exigidas para operar legalmente no país.
Além disso, a Caixa Econômica Federal, em sua política de jogo responsável, reforça que apostar deve ser visto como uma forma de entretenimento, e nunca uma fonte de renda. Os jogadores devem estar atentos a sinais de dependência, como aumento de frequência das apostas, tentativa de recuperar perdas, negligência de responsabilidades ou uso do jogo como válvula de escape emocional.
Como as casas de apostas podem agir de forma positiva?
Para além do cumprimento básico da lei, as operadoras podem ir além, adotando uma postura ativa e propositiva em relação à saúde mental. Conheça algumas estratégias que são viáveis e podem ser eficazes!
Apoio a pesquisas e estudos científicos
Financiar ou apoiar estudos sobre vício em jogos, comportamento do consumidor e prevenção de danos é uma forma concreta de colaborar com a saúde pública. Além de contribuir com dados importantes, essa iniciativa posiciona a marca como uma aliada do conhecimento e da transparência.
No Reino Unido, por exemplo, operadoras como Bet365 e Entain financiam pesquisas por meio da GambleAware, uma instituição independente dedicada à prevenção e tratamento da ludopatia.
Investimento em campanhas educativas
As casas de apostas podem criar ou apoiar projetos de conscientização voltados ao público jovem, trabalhadores e famílias. Isso pode incluir vídeos, posts informativos, parcerias com escolas ou ONGs, e materiais de prevenção distribuídos em ambientes digitais e físicos.
Nesse sentido, temos o exemplo da operadora sueca Svenska Spel, que desenvolveu campanhas de alerta com foco em jogadores adolescentes e pais, promovendo o diálogo sobre os perigos do vício precoce.
Inserção de mensagens de conscientização nas próprias plataformas
Um passo simples e direto é usar o espaço da plataforma de apostas para lembrar os usuários de jogar com moderação. Pop-ups com mensagens como ‘Você está jogando há muito tempo?’ ou ‘Defina um limite antes de começar’ podem ser acionados automaticamente.
Além disso, recursos como autoexclusão temporária, limites de depósito, alertas de tempo de uso e autoavaliações são práticas já adotadas em mercados mais maduros, e que podem ser implementadas no Brasil.
Treinamento das equipes e atendimento acolhedor
As casas de apostas podem capacitar suas equipes de atendimento para identificar sinais de uso compulsivo e oferecer encaminhamento para suporte psicológico ou grupos de ajuda. Isso inclui evitar respostas genéricas e priorizar o cuidado ao cliente em situação de risco.
“Esse atendimento às equipes pode ser realizado através de palestras e workshops para que a equipe se sinta mais capacitada a fazer um acolhimento inicial e encaminhar para os profissionais adequados”.
Isadora Saldanha, psicóloga do Instituto Bet Responsável
Parcerias com serviços de apoio à saúde mental
Firmar acordos com instituições de saúde mental, clínicas, linhas de apoio ou organizações especializadas é uma forma de mostrar compromisso real com o bem-estar dos apostadores.
No Brasil, por exemplo, iniciativas poderiam ser firmadas com entidades que já atuam com dependência química e transtornos comportamentais, como o Instituto Bet Responsável.
Jogo responsável: um dever compartilhado
Práticas eficazes de jogo responsável exigem o compromisso tanto das casas de apostas quanto dos próprios apostadores. Isso significa que, além das ferramentas oferecidas pelas plataformas, o jogador também deve adotar atitudes conscientes.
- Estabelecer limites de tempo e de dinheiro antes de começar a apostar.
- Evitar apostas sob influência de álcool, estresse ou impulsividade.
- Não usar o jogo como forma de compensar perdas ou fugir de problemas pessoais.
Quando ambos reconhecem seus papéis, o jogo se mantém em seu lugar: uma forma de entretenimento com limites claros.
A verdade é que a regulamentação do setor de apostas no Brasil abriu espaço para um um mercado mais seguro, ético e sustentável. Mas, para isso, as operadoras não devem apenas seguir as regras mínimas, mas abraçar o jogo responsável como parte central do seu modelo de negócios.
Conte com o Instituto Bet Responsável nessa jornada!