Quem aposta mais, homens ou mulheres, é um tema que gera bastante interesse hoje em dia, especialmente quando se considera o número crescente de pessoas envolvidas em apostas online.
A verdade é que mesmo que o perfil do apostador tenha evoluído ao longo dos anos, refletindo mudanças no comportamento social e nas plataformas de jogos disponíveis, as apostas online estão historicamente associadas a um público predominantemente masculino e isso se mantém. Porém, não significa que as mulheres estejam cada vez mais se engajando nesse universo também.
Neste post, vamos explorar esses assuntos, analisando dados recentes e entendendo as implicações dessa mudança de cenário.
Homens ainda são a maioria dos apostadores
De acordo com o Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento*, do Instituto DataSenado, divulgado em setembro de 2024, mais de 22 milhões de brasileiros apostaram nas ‘bets’ — casas de apostas — no período de um mês. Desse número, algumas características são importantes:
- o número equivale a 13% da população brasileira acima de 16 anos;
- os homens de até 39 anos com ensino médio completo são maioria dos usuários de aplicativos de apostas esportivas no país, representando 62% dos apostadores contra 38% do percentual de mulheres;
- 56% desses homens têm entre 16 e 39 anos;
- a segunda faixa etária que mais aposta está entre os 40 e 49 anos, com 17%;
- 40% dos jogadores on-line têm ensino médio completo, outros 23% têm o ensino fundamental incompleto e 20% têm o superior incompleto ou mais;
- 42% dos apostadores têm dívidas em atraso há mais de 90 dias;
- a maioria recebe até dois salários mínimos por mês;
- 68% exercem atividade remunerada;
- quase um terço está fora da força de trabalho e apenas 5% se declaram desocupados;
- a maioria dos apostadores online afirma ter desembolsado até R$ 500 em aplicativos ou sites na internet.
*A pesquisa teve como população-alvo cidadãos de 16 anos ou mais, residentes no Brasil. Os participantes foram selecionados por meio de Amostragem Aleatória Estratificada por unidade da Federação (UF). Os estratos foram definidos como sendo os 26 estados e o Distrito Federal. A alocação foi uniforme por estrato. A amostra total foi composta por 21.808 entrevistas, com cerca de 807 em cada estrato.
Como pudemos ver, realmente os homens ainda apostam mais que as mulheres. Mas isso não significa que elas não estejam se inserindo no mundo das bets. Acompanhe a seguir!
Mulheres das classes B e C também demonstram interesse no jogo
Outra pesquisa, feita pela HSR Specialist Researchers, grupo que realiza pesquisas de mercado em toda a América Latina, e divulgada pelo Extra em setembro de 2024, mostra que o número de mulheres que se interessam e iniciam no universo dos jogos e apostas online cresceu no último ano.
Foram entrevistadas 500 pessoas em relação às apostas, 400 eram mulheres jogadoras acima de 18 anos, de diferentes classes sociais e de todas as regiões do país. Dessas pessoas:
- 76% fazem apostas pelo menos uma vez por semana;
- 49% dos apostadores começaram a atividade no último ano;
- um grupo aumentou ainda mais sua participação: das mulheres das classes B e C, 66% iniciaram as apostas nos últimos 12 meses.
O perigo da dependência em jogos on-line
Ao encontro desse cenário e características, um estudo do Instituto Locomotiva, realizado entre os dias 3 e 7 de agosto de 2024, e divulgado pela Agência Brasil, aponta muitos perigos e sinais de alerta nas apostas online.
Segundo o levantamento, 45% dos entrevistados jogadores admitem que as apostas esportivas “já causaram prejuízos financeiros”; outros 37% dizem ter usado “dinheiro destinado a outras coisas importantes para apostar online” e 30% disseram ter “prejuízos nas relações pessoais”.
Ainda é importante lembrar que o Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo aponta que o Brasil já possui uma média de 2 milhões de pessoas viciadas em jogos.
“Os jogos on-line podem viciar porque há um pico de dopamina que se realiza no cérebro, ativando o setor de recompensa e bem-estar imediato. Assim, a pessoa busca cada vez mais a atividade viciante para satisfazer esse bem-estar imediato. Isso pode acontecer principalmente em momentos de busca de prazer ou busca por fuga”.
Isadora Saldanha, psicóloga
A qualquer sinal de dependência, busque ajuda!
A psicóloga Isadora Saldanha afirma que entre os sinais de dependência em jogos on-line estão o isolamento social, a falta de autocuidado, as tentativas frustradas em parar de jogar, irritabilidade, inquietação, ansiedade, depressão, problemas com o sono etc.
“Ao identificar a maioria desses sinais em si próprio, um amigo ou familiar, é importante saber que é possível buscar ajuda no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Caps AD (dependência de álcool e drogas); na rede particular, em clínicas especializadas no tratamento de dependências; em grupos de apoio, como Jogadores Anônimos (JA) e aqui, no Instituto Bet Responsável, que possui um diretório especializado”.
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